É essencial acompanhar o desenvolvimento de crianças e adolescentes regularmente com o pediatra para identificar precocemente qualquer problema que possa impactar o ritmo de crescimento.
Para avaliar o crescimento, os pediatras utilizam gráficos de altura e peso, específicos para a idade e o sexo da criança. Também devem ser consideradas as medidas ao nascer e as dos pais.
O crescimento é considerado abaixo do esperado quando se encontra abaixo do desvio padrão no gráfico familiar ou do mínimo aceitável no gráfico populacional, ou quando a velocidade de crescimento está abaixo do normal para a idade.
Quais fatores podem afetar o crescimento?
Diversos fatores influenciam o crescimento infantil, incluindo genéticos (como a altura da família e defeitos cromossômicos), ambientais (como nutrição, sono e fatores sociopsicológicos), hormonais (hormônio de crescimento, hormônios da tireoide, hormônios sexuais e cortisol), ósseos, entre outros.
É fundamental que todos esses fatores estejam equilibrados para um desenvolvimento saudável.
O pediatra deve monitorar o crescimento e ganho de peso das crianças e adolescentes. Se houver qualquer alteração, é necessário investigar a alimentação, os hábitos de sono e condições que possam afetar o equilíbrio metabólico, como doenças gastrointestinais, renais, hepáticas e anemia. Se o padrão de crescimento continuar inadequado, o pediatra pode encaminhar para um endocrinologista pediátrico para uma investigação hormonal.
Qual a faixa etária para o início da puberdade?
A puberdade começa normalmente entre 8 a 13 anos em meninas (primeiros sinais, como o desenvolvimento das mamas) e entre 9 a 14 anos em meninos (início do crescimento dos órgãos sexuais). A primeira menstruação é considerada normal após os 10 anos.
O desenvolvimento puberal geralmente ocorre ao longo de 2 a 3 anos, desde o início dos primeiros sinais até o final.
Se o pediatra perceber puberdade precoce (antes da idade esperada), puberdade acelerada, ou puberdade com estatura abaixo da média, pode ser necessário investigar mais a fundo e encaminhar o paciente para um endocrinologista pediátrico. O mesmo vale para casos de atraso no desenvolvimento puberal.
Meu filho está com sobrepeso? Como prevenir?
Assim como o acompanhamento do crescimento, os pediatras monitoram o peso e o índice de massa corporal (IMC) em gráficos que variam de acordo com a idade e o sexo. Isso permite identificar quando o ganho de peso não acompanha o crescimento e investigar as possíveis causas.
O excesso de peso na infância geralmente ocorre devido ao desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico. As crianças, muitas vezes, consomem mais calorias do que gastam devido ao sedentarismo e ao aumento do tempo diante das telas (TV, celular, computador). Além disso, a alimentação rica em alimentos ultraprocessados, com altas quantidades de açúcar, gordura e sódio, aumentou significativamente nos últimos anos.
A pandemia de COVID-19 agravou esses fatores, com o aumento de quadros de ansiedade e depressão afetando tanto adultos quanto crianças.
A prevenção continua sendo a melhor abordagem, incentivando atividades ao ar livre e uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, como frutas, legumes, grãos e proteínas.
Crianças podem ter diabetes?
Sim, existe uma forma de diabetes que é mais comum em crianças, conhecida como Diabetes Tipo 1. Essa condição é autoimune e ocorre quando o pâncreas deixa de produzir insulina, o que leva ao aumento dos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Sem tratamento, pode gerar sérias complicações.
O diabetes tipo 1 exige reposição de insulina injetável e se manifesta rapidamente, podendo surgir em qualquer faixa etária, desde bebês até adultos jovens com menos de 30 anos.
Os sintomas incluem perda de peso, cansaço, fome excessiva (polifagia), sede intensa (polidipsia) e urina em grande quantidade (poliúria). Em alguns casos, pode ocorrer uma complicação grave chamada cetoacidose diabética, que exige hospitalização imediata.
Embora o diabetes tipo 2 seja mais comum em adultos, o aumento da obesidade infantil também tem contribuído para o aumento de casos em crianças e adolescentes. Nesse caso, não há necessidade de insulina, mas o organismo não a utiliza corretamente. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue.